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reais associando coisas impossíveis. Visto que, para
Aristóteles, associar coisas impossíveis significa formular uma contradição, sua definição quer dizer que o enigma é uma contradição que designa algo real, em vez de não indicar nada, como é de regra. COLLI, G. O nascimento da filosofia. Campinas: Unicamp, 1996 (adaptado).
Segundo o texto, Aristóteles inovou a forma de pensar sobre o enigma, ao argumentar que
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o enigma é uma contradição que diz algo de real e algo de impossível ao mesmo tempo.Essa alternativa está correta. De acordo com o texto, a definição de enigma segundo Aristóteles é uma combinação de contradição ao associar coisas impossíveis, mas em vez de não dizer nada, como seria esperado, o enigma acaba designando algo real. Dessa forma, ele está afirmando que o enigma é uma contradição que comunica tanto algo irreal quanto algo real ao mesmo tempo, refletindo uma inovação no pensamento sobre esse conceito.
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a contradição enuncia coisas impossíveis e irreais, porque ela é desligada de seu fundo religioso.Essa alternativa está incorreta. Enquanto Aristóteles define o enigma em termos de contradição e real, o texto adaptado esclarece que ele se desliga de um fundo religioso. Contudo, não sugere que por isso a contradição enuncie coisas irreais. Na verdade, o ponto importante é que uma contradição pode dizer algo real, algo significativo, e não apenas ser descartada por ser 'impossível'. A ideia é destacar a relação inovadora entre contradição e realidade no contexto do enigma.
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as coisas impossíveis são enigmáticas e devem ser explicadas em vista de sua origem religiosa.Essa alternativa está incorreta. A abordagem de Aristóteles, conforme o texto, ao contrário, é desconectar o enigma de qualquer origem ou explicação religiosa e focar na lógica da contradição dentro do enigma. Ele não está propondo que as coisas impossíveis tenham que ser explicadas em função de uma origem religiosa, mas sim analisando como funcionam estruturalmente e semanticamente sem recorrer a explicações religiosas.
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a contradição que caracteriza o enigma é desprovida de relevância filosófica.Essa alternativa está incorreta. Aristóteles, ao explorar o conceito de enigma, não está interessado em afirmar que a contradição do enigma é irrelevante para a filosofia. Pelo contrário, ao destacar que o enigma é uma contradição que designa algo real, como mencionado no texto, ele sugere que há um aspecto filosófico importante. A contradição não é simplesmente uma falha ou algo a ser descartado, mas sim um ponto de interesse porque, mesmo sendo uma junção de coisas impossíveis, ainda tem a capacidade de apontar para algo do mundo real.
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os enigmas religiosos são contraditórios porque indicam algo religiosamente real.Essa alternativa está incorreta. O texto fala sobre como, para Aristóteles, o enigma envolve a contradição de algo real ao associar o impossível, mas não implica que isso esteja relacionado a enigmas religiosos ou que eles indiquem algo religiosamente real. Pelo contrário, a definição de Aristóteles procura afastar o enigma de qualquer conotação religiosa, focando em sua estrutura linguística peculiar de dizer algo real junto com o impossível.
Os princípios, base da epistemologia aristotélica, pertencem ao domínio do(a)
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conhecimento científico, pois admitem provas empíricas.Esta alternativa é incorreta. Aristóteles afirma que o conhecimento científico implica um processo demonstrativo, baseando-se em outros fatos ou princípios para provar algo. Uma vez que os princípios são os fundamentos de todo o conhecimento e não requerem provas empíricas, eles não pertencem ao domínio do conhecimento científico, que depende de demonstração e argumentação.
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intuição, pois ela é mais exata que o conhecimento científico.Esta é a alternativa correta. Aristóteles afirma que a intuição é mais exata que o conhecimento científico e que os princípios, sendo mais fundamentais e conhecidos, são apreendidos pela intuição. Isso se dá porque os princípios são evidentes por si mesmos e não requerem demonstração, enquanto o conhecimento científico é derivativo e argumentativo. Portanto, a intuição é o processo pelo qual compreendemos diretamente esses princípios fundamentais.
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opinião, pois fazem parte da formação da pessoaEsta alternativa também é incorreta. Opinião, para Aristóteles, não é um meio confiável de se obter a verdade, uma vez que pode ser falsa. Como os princípios são considerados mais verdadeiros e certos, eles não pertencem ao domínio da opinião, que é subjetiva e não oferece garantias de verdade. A formação pessoal pode influenciar opiniões, mas não princípios filosóficos universais.
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cálculo, pois são demonstrados por argumentos.Esta afirmação é incorreta. Segundo Aristóteles, os princípios não pertencem ao domínio do cálculo porque eles são indemonstráveis, ou seja, não são comprovados por argumentos ou provas. Os princípios são conhecidos de forma imediata, sem a necessidade de demonstração, por isso não se encaixam na ideia de cálculo, que envolve um processo de raciocínio e demonstração de algo.
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prática de hábitos racionais, pois com ela se capta a verdadeEsta afirmação está incorreta no contexto do que Aristóteles considera. Enquanto é verdade que hábitos racionais são empregados na busca pela verdade, usado especificamente nos procedimentos do conhecimento científico, os princípios não são captados apenas por hábitos racionais, mas sim por intuição, que é uma forma de apreensão direta e superior a qualquer hábito ou método racional. Os princípios são evidentes em si mesmos e não requerem raciocínio para serem compreendidos.
A característica do estoicismo presente nessa citação do filósofo grego Epicteto é
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questionar o saber científico com veemência.Esta afirmação é incorreta no contexto do estoicismo. Os estóicos não eram conhecidos por questionar o saber científico com veemência. Pelo contrário, eles valorizavam o conhecimento racional e a compreensão do mundo natural, considerando-os importantes para viver em harmonia com a razão universal. Eles não se opunham à ciência, mas sim davam mais ênfase à sabedoria prática e à ética.
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considerar as convenções sociais com desprezo.Esta afirmação também não é correta. Os estóicos não desprezavam as convenções sociais por si mesmas, mas antes colocavam os valores morais e a razão acima dessas convenções. Para os estóicos, viver de acordo com a razão e a virtude era mais importante do que seguir cegamente as normas sociais, mas esse não é exatamente um desprezo. Eles poderiam até respeitar regras sociais, desde que estas não fossem contra a virtude e a razão.
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explicar o mundo com números.Esta também é uma alternativa incorreta. O estoicismo não faz uso de explicações matemáticas ou busca compreender o mundo por meio de números. O foco do estoicismo está em viver uma vida virtuosa através do controle das emoções e aceitação do destino, e não em explicações numéricas ou quantitativas.
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identificar a felicidade com o prazer.Esta afirmação não está correta de acordo com o estoicismo, pois ele não identifica felicidade com prazer. Na verdade, os estóicos acreditavam que a felicidade estava na virtude e na racionalidade, vivendo em harmonia com a natureza, e não em busca de prazer, que é uma ideia associada ao hedonismo. Portanto, o foco dos estóicos não era obter prazer, mas sim desenvolver autocontrole e viver de acordo com a razão.
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aceitar os sofrimentos com serenidade.Esta é a alternativa correta. Os estóicos, como Epicteto, pregavam a aceitação serena das vicissitudes da vida, incluindo o sofrimento. Eles acreditavam que, ao aceitar os limites do controle humano e entender que tudo o que acontece faz parte de um plano racional da natureza, as pessoas poderiam atingir a paz interior. Essa filosofia ensina a não se apegar a coisas efêmeras e a entender que tudo pode ser "restituído" à natureza ou ao destino, que é o sentido da passagem apresentada.
Frantz Fanon publicou pela primeira vez, em 1952, seu estudo sobre colonialismo e racismo, Pele negra, máscaras brancas. Ao dizer que “para o negro, há somente um destino” e que esse destino é branco, Fanon revelou que as aspirações de muitos povos colonizados foram formadas pelo pensamento colonial predominante. BUCKINGHAM, W. et al. O livro da filosofia. São Paulo: Globo, 2011 (adaptado). TEXTO II
Mesmo que não queiramos cobrar desses estabelecimentos (salões de beleza) uma eficácia política nos moldes tradicionais da militância, uma vez que são estabelecimentos comerciais e não entidades do movimento negro, o fato é que, ao se autodenominarem “étnicos” e se apregoarem como divulgadores de uma autoimagem positiva do negro em uma sociedade racista, os salões se colocam no cerne de uma luta política e ideológica. GOMES, N. Corpo e cabelo como símbolos da identidade negra. Disponível em: www.rizoma.ufsc.br. Acesso em: 13 fev. 2013.
Os textos apresentam uma mudança relevante na constituição identitária frente à discriminação racial. No Brasil, o desdobramento dessa mudança revela o(a)
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utilização de resistência violenta.Esta alternativa está incorreta. Os textos não mencionam ou indicam o uso de resistência violenta como uma resposta à discriminação racial. No contexto apresentado, a resistência parece ser mais cultural e ideológica, como ilustrado pelo texto sobre salões de beleza étnicos que promovem uma autoimagem positiva.
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aceitação de estruturas de submissão social.Esta alternativa está incorreta. Os textos discutem a resistência à imposição de uma identidade colonizadora e a valorização da própria cultura e identidade por grupos marginalizados. Isso refuta a ideia de aceitação de estruturas de submissão; pelo contrário, há uma tentativa de reafirmação da identidade própria e rejeição das normas impostas.
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valorização de traços culturais.Esta é a alternativa correta. O conceito central dos textos está relacionado ao reconhecimento e valorização da cultura própria dos povos anteriormente colonizados e marginalizados. O texto sobre salões de beleza étnicos descreve uma forma de resistência cultural onde a valorização de características negras, como o cabelo, passa a ser um símbolo de identidade e resistência contra a opressão racial.
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fortalecimento da organização partidária.Esta alternativa está incorreta porque os textos não falam sobre o fortalecimento de organizações partidárias. Os textos discutem conceitos culturais e identitários no contexto de racismo e colonialismo, mas não mencionam partidos políticos ou envolvimento em atividades políticas formais. O foco dos textos está mais na formação e expressão da identidade cultural dos povos oprimidos.
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enfraquecimento dos vínculos comunitários.Esta alternativa está incorreta. Os textos não sugerem um enfraquecimento dos vínculos comunitários. Na verdade, o movimento de valorização da cultura negra descrito nos textos tende a reforçar um senso de comunidade e pertencimento entre indivíduos que compartilham experiências e identidades semelhantes.
No que tange à participação popular no governo, a origem da preocupação enunciada no texto encontra-se na
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criação do regime parlamentarista.O regime parlamentarista é um sistema de governo em que o poder executivo depende do apoio direto ou indireto do legislativo, muitas vezes representado pelo parlamento. Embora tenha sua própria dinâmica de representação e participação, a preocupação mencionada por Mill sobre a maioria dominando a minoria se encaixa mais na crítica ao sistema de democracia representativa em geral, do que em um regime específico como o parlamentarismo.
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conquista do sufrágio universal.Esta alternativa aborda o sufrágio universal, que é o direito de todos adultos votarem, independentemente de gênero, raça ou classe social. A conquista do sufrágio universal ampliou a participação popular nos processos democráticos, mas não é a origem da preocupação mencionada por John Stuart Mill. Ele está discutindo o problema da democracia representativa, onde, na prática, é a maioria que exerce o poder e não todo o povo. Em suma, ainda que o sufrágio universal seja importante para a participação popular, a preocupação de Mill se foca em outra questão específica.
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consolidação da democracia representativa.John Stuart Mill está, de fato, associando seu comentário à democracia representativa. Nesse sistema, embora o governo seja eleito pelo povo, as decisões são tomadas por representantes eleitos que podem não refletir diretamente a vontade de todos. A crítica de Mill está voltada para o fato de que o poder nem sempre é exercido por todos, mas sim pela maioria que elege esses representantes. Isso pode culminar em uma situação em que a verdadeira vontade popular não seja refletida, dando origem à preocupação sobre as limitações do verdadeiro autogoverno do povo.
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institucionalização do voto feminino.A institucionalização do voto feminino é uma conquista extremamente importante no sentido de ampliar a participação popular nas decisões políticas de um país. No entanto, a questão levantada por Mill está mais relacionada à natureza do governo representativo e como ele pode falhar em proteger os interesses de todos, não apenas das minorias, e as conquistas relacionadas ao voto feminino são parte de outro debate sobre igualdade de direitos.
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decadência das monarquias hereditárias.A decadência das monarquias hereditárias marca um movimento em direção a sistemas de governo mais democráticos, mas a preocupação de Mill é especificamente sobre a prática dentro de democracias, especialmente representativas, onde a vontade da maioria pode se sobrepor aos direitos dos indivíduos ou minorias. Portanto, enquanto a queda das monarquias é um contexto histórico interessante, não se relaciona diretamente com a crítica feita por Mill sobre a representação política.
Esse papel exercido pelos meios de comunicação favorece uma transformação democrática em função do(a)
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autonomia dos órgãos governamentais.Essa alternativa está incorreta. A autonomia dos órgãos governamentais se refere à capacidade de agirem independentemente de outras instituições ou pressões externas. Contudo, a questão destaca como a comunicação entre a sociedade política e civil pode transformar a democracia. A autonomia governamental não é necessariamente algo favorecido por essa comunicação, pois o foco é a conexão e não a independência.
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interesse de grupos corporativos.Essa alternativa está incorreta. O interesse de grupos corporativos geralmente se opõe à ideia de transformação democrática através da comunicação. Grupos corporativos podem tentar influenciar a mídia e a política para favorecer seus interesses específicos, mas isso não se alinha com o fortalecimento democrático discutido na questão, que envolve uma participação mais ampla e igualitária da população.
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fortalecimento da participação popular.Essa alternativa está correta. O fortalecimento da participação popular é um resultado direto da ativação de uma corrente comunicativa entre a sociedade política e a civil, como descrito no texto. A comunicação através de meios de comunicação, partidos políticos e movimentos sociais permite que os cidadãos se manifestem e influenciem a representação democrática, alinhando-se com a ideia de que a democracia é constituída pela participação ativa do povo. É essa interação dinâmica que enriquece a democracia, tornando-a mais representativa.
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limitação dos gastos públicos.Essa alternativa está incorreta. A limitação dos gastos públicos relaciona-se mais com a gestão econômica e financeira do governo, não diretamente com o papel dos meios de comunicação ou a transformação democrática advinda da interação entre sociedade política e civil. O texto discute a representatividade e a participação popular, não as finanças governamentais.
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dissolução de conflitos ideológicos.Essa alternativa está incorreta. A dissolução de conflitos ideológicos pode ocorrer em algumas circunstâncias, mas não é o que a questão sugere como um benefício da comunicação para a democracia representativa. Conflitos ideológicos são, na verdade, parte integrante de um sistema democrático saudável, onde diferentes perspectivas são debatidas e representadas.
As ações referidas são legitimadas por uma concepção de política pública
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focada no vínculo clientelista.A alternativa está incorreta. Políticas sociais compensatórias legitimadas por clientelismo ocorreriam se essas ações fossem usadas para obter apoio político em troca de favores ou benefícios diretos, o que é uma prática condenável e não tem como objetivo principal resolver problemas sociais de forma justa e transparente. A concepção mencionada no enunciado está preocupada com justiça social, não com práticas de troca de favor.
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centrada na regulação de oportunidades.Essa é a alternativa correta. A concepção de política pública centrada na regulação de oportunidades refere-se à ideia de oferecer a todos a possibilidade de acessar recursos e serviços de acordo com suas necessidades, reduzindo desigualdades e promovendo a inclusão de quem está em situação de vulnerabilidade. Quando pensamos em políticas sociais compensatórias, o foco principal é regular e equilibrar as oportunidades para os diferentes grupos sociais, a fim de favorecer aqueles que estão social ou economicamente em desvantagem.
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baseada em relações de parentesco.Essa alternativa está incorreta. Políticas baseadas em relações de parentesco referem-se a uma prática conhecida como nepotismo, onde benefícios ou privilégios são dados a familiares ou amigos, independentemente do mérito. As políticas sociais compensatórias são voltadas para atender grupos vulneráveis da sociedade de forma justa e não têm relação com dar atenção especial a familiares ou pessoas próximas.
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orientada por organizações religiosas.Essa alternativa está incorreta. Políticas orientadas por organizações religiosas são aquelas que têm sua ação guiada por alguma doutrina ou princípio religioso. Embora organizações religiosas possam ter ações sociais significativas, a legitimação das políticas sociais compensatórias, conforme mencionado no enunciado, remete ao interesse em garantir oportunidades e reduzir desigualdades, baseando-se na regulação e em princípios de justiça social, e não, especificamente, em doutrinas religiosas.
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pautada na liberdade de iniciativa.Essa alternativa está incorreta. Quando falamos em políticas sociais compensatórias, estamos nos referindo a ações que buscam reduzir desigualdades, oferecendo suporte a pessoas em situação de vulnerabilidade. A liberdade de iniciativa geralmente remete à capacidade individual de agir economicamente, sem restrições excessivas do governo. Esse conceito está mais associado ao liberalismo econômico, que é diferente do propósito das políticas sociais compensatórias, estas focam no apoio social, e não na iniciativa econômica individual.
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